sexta-feira, 29 de maio de 2009

SUPERBOY: Um Sucesso da Ebal


De acordo com o norte-americano Les Daniels, autor de obras como DC Comics: Sixty Years of the World's Favorite Comic Book Heroes e Marvel: Five Fabulous Decades of the World's Greatest Comics, "Superboy foi o último título de importância da Era de Ouro dos quadrinhos".

Sobre o surgimento do Superboy, Daniels conta que, se os super-heróis eram populares, e seus jovens parceiros também, então colocar o super-herói mais famoso de todos como um garoto teria aprovação total.

E foi o que ocorreu.

Superboy surgiu na revista More Fun Comics # 101, de 1945, uma publicação mais voltada para a linha humorística. Depois, passou para a Adventure Comics, em 1946, e ganhou título próprio em 1949.

Em suas primeiras aventuras, sua aparência era de uma criança de 7 anos. Posteriormente, passou a ser representado como um garoto de 12 anos, até ser retratado como um adolescente.

Esse Superboy "original" foi criado na cidade de Smallville (Pequenópolis, no Brasil) por seus amorosos pais, o casal Kent, e tinha como companheiros o amigo Steve Ross e a primeira namorada, Lana Lang.

Essa fase teve incontáveis histórias criadas, muitas publicadas no Brasil pela Ebal, que colocou o herói em título próprio - confira as capas da primeira série no site Gibihouse.

É válido citar que o personagem passou por diversas modificações da década de 1980 em diante, após a publicação da saga que redefiniu (ao menos até aquele momento) o Universo DC: Crise nas Infinitas Terras.

A partir de então, foi estabelecido que Superman nunca fora o Superboy. John Byrne, responsável pela nova fase do Homem de Aço na época, apresentou o Superboy que era conhecido pela Legião dos Super-Heróis como sendo de um mundo paralelo chamado "Universo Compacto", criado pelo vilão Senhor do Tempo, que acaba sendo responsável pela morte desta versão do herói.

O ano de 1993 traria um novo Superboy, um clone adolescente criado a partir dos DNAs de Superman e Lex Luthor, de nome Kon-El e identidade secreta Conner Kent.



Anos depois, ele viria a falecer na saga Crise Infinita, assassinado pelo Superboy Primordial (outra versão do herói, surgida na Crise nas Infinitas Terras). Mas, como nada dura para sempre nos quadrinhos de super-heróis, em especial de tratando de "falecimentos", ele já está de volta.

A TV também apostou no personagem: ele teve um piloto produzido em 1961; o seriado The Adventures of Superboy em 1966; o seriado Superboy em 1988 e, finalmente, Smallville, de 2001, com o qual acaba de atingir a impressionante marca de 8 temporadas, caminhando para a nona.

Mas é hora de voltar ao tema desta coluna: Superboy teve grande destaque no Brasil pela Ebal, com vários títulos publicadas, passando do "formatão" para o "formatinho" - este último teve duas linhas: a 4ª série, com duração de sete edições, e a 5ª série, que finalizou a saga do jovem herói pela editora - E são dessa última fase as revistas que ilustram a coluna e das quais falaremos a partir de agora.

Superboy - 5ª série teve 16 edições, publicadas mensal ou bimestralmente entre setembro de 1980 e setembro de 1982.



A maior parte das aventuras dessas revistas foi criada por Cary Bates (roteiro) e Kurt Schaffenberger (arte), com supervisão de Julius Schwartz. Também foram publicadas várias histórias com roteiro de Tom de Falco e arte de Joe Staton.

Nos dois primeiros números, o destaque é para a contenda entre o Jovem de Aço contra Astralad. O vilão, na verdade um tímido e jovem amigo de escola de Clark, é um "perdedor", cuja contraparte do futuro inventa um aparelho que permite voltar no tempo em forma astral, tomar o próprio corpo quando jovem e adquirir superpoderes.


Claro que não poderiam faltar aventuras do herói em sua parceria com a Legião dos Super-Heróis, neste caso com roteiros de Gerry Conway e arte de Ric Estrada e Jack Abel, além da arte de George Tuska e Vince Colletta.

A série trouxe ainda aventuras clássicas do personagem, possivelmente publicadas originalmente na década de 1950.

Outros heróis passaram pela revista, como a dupla Lanterna Verde e Arqueiro Verde, com roteiro de Denny O'Neil e arte de Alex Saviuk; e não poderiam faltar a famosa superprima, Supermoça, e o melhor amigo do Homem de Aço, o cão Krypto.

São aventuras de uma época na qual os roteiros eram mais simples, e a aposta era para o público mais jovem. Mas não se engane: são importantíssimas na trajetória do pioneiro e maior super-herói de todos os tempos, o Homem de Aço, e em sua fixação no imaginário popular.



Acompanhe a seguir o texto da contracapa do primeiro número de Superboy - 5ª série:

Depois de viver incontáveis aventuras com a Legião dos Super-Heróis, o Rapaz de Aço volta a sobrevoar os céus sozinho, nas páginas desta revista própria que estamos lançando agora.

São quadrinhos revelando o universo do Super-Homem quando rapaz e suas aventuras em Pequenópolis. Aventuras que não perdem em nada com as que viveria mais tarde, em Metrópolis. Já naquele tempo, o titânico kryptoniano acostumou-se a enfrentar ameaças de todos os tipos e origens. E já suava para preservar sua identidade de Clark Kent.

Na aparentemente tranquila Pequenópolis, destacava-se a bonita Lana Lang, uma presença sempre agradável, mas que ajuda na mesma medida em que complica a vida de Clark/Superboy. E, em quase todas as histórias, podemos ver os sustos do casal Jonathan e Martha Kent, quando o filho adotivo entra em apertos nada comuns. E até na escola, Clark Kent se encontra nas mais inesperadas situações, mas em geral se sai bem, principalmente quando conta com a ajuda disfarçada do colega Pete Ross, que conhece a identidade de Superboy, sem que este saiba.

Os criminosos que aparecem em Pequenópolis? Uns piores do que os outros. Em alguns combates, o Rapaz de Aço precisa usar todos os seus poderes. E muitas vezes a falta de experiência o prejudica, apesar da superinteligência. E fica aquele suspense. E o final que todos esperam.


Boa leitura.

Vale lembrar que, apesar da trajetória de sucesso, ou justamente por causa dela, um grande imbróglio envolve Superboy atualmente: a família de Jerry Siegel, já falecido, dá continuidade a uma ação contra a DC, pelos direitos do personagem. Eles já tiveram uma decisão favorável à sua ação, que foi revertida posteriormente. Um assunto que ainda terá diversos desdobramentos.

Não deixe de conferir todas as capas que inspiraram esta coluna na galeria de imagens.


* (Esse artigo foi escrito por Marcelo Naranjo, do site UniversoHQ)

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