Em entrevista ao Newsarama, os publishers da DC Comics, Jim Lee e Dan DiDio, tiraram várias dúvidas a respeito das mudanças no Universo DC a partir de setembro, quando a linha passa por uma reformulação total e 52 novas séries serão lançadas desde a edição 1.
A novidade é que, na nova continuidade DC, todos os heróis começaram a surgir apenas cinco anos atrás. Isso não quer dizer que toda a continuidade pregressa será apagada - por enquanto, sabe-se apenas que este será o caso da linha Superman, dos Novos Titãs e da Legião dos Super-Heróis. As histórias das linhas Batman, Lanterna Verde e outras continuam valendo. Mas a lista completa de quem perdeu e quem não perdeu seu passado só será revelada no lançamento dos novos gibis.
O evento que causa esta mudança geral na continuidade se dá em Flashpoint #5, edição final da saga de Geoff Johns e Andy Kubert, que sai lá fora no dia 31 de agosto.
Veja abaixo alguns destaques do que DiDio e Lee comentaram na entrevista.
O que levou à reformulação: "Precisamos ser os melhores possíveis agora, porque se olharmos ao redor, vemos um mercado que só diminui. Sentimos que estamos numa posição, neste momento, de poder começar a nos reconstruir e de reconstruir a marca e de reconstruir nossos personagens para o futuro", fala DiDio.
Sobre a nova regra dos cinco anos de continuidade: "Queríamos ter uma situação em Action Comics e Justice League em que pudéssemos mostrar a primeira aparição pública destes ditos super-seres e como eles impactam a sociedade, a política, o mundo. De certa forma, começa de uma maneira que se imaginaria nos dias de hoje, com medo e precaução, e as pessoas literalmente pirando. É com a introdução de personagens como Superman e a Liga da Justiça que o público começa a entender e aceitar estes personagens pelo que eles são e os vê como heróis pela primeiríssima vez, o que leva à criação da palavra 'super-herói'", diz Lee. "Portanto, acho que é uma forma de reexaminar como os super-heróis são vistos na cultura, e fazendo isso pela lente da era moderna, ao contrário de nos pautarmos por cinco ou seis décadas de histórias dos super-heróis."
Se a mudança foi feita para alinhar os quadrinhos com filmes e outras adaptações mais rentáveis dos personagens, Lee fala: "Não estamos numa situação de quadrinhos que são licenciados de games, filmes, seriados de TV, animação, onde estes personagens são congelados no tempo para refletir algo que possa servir a um lado mais comercial da Warner Bros. Na verdade é o inverso. Começa nos quadrinhos. Os quadrinhos são os motores e o conteúdo. É onde podemos assumir riscos criativos e oportunidades criativas. É nossa responsabilidade mantê-los renovados. A grande missão da DC Entertainment é dar a outros cineastas ou pessoas de talento que trabalhem com games ou animação a oportunidade de vasculhar a biblioteca DC e encontrar algo que lhes interesse e que eles achem que tenha potencial para outras mídias. Isto é parte do ecossistema que estamos tentando criar. Então não estamos alinhando nada com nada. Estamos sim deixando nosso lado editorial o mais relevante e empolgante possível".
Sobre a mudança geral em Superman: "Acho que, em alguns pontos, ele andava meio envelhecido. Tornamos Superman uma figura tão icônica ao longo dos anos que perdemos um pouco do personagem e da capacidade de contar histórias com o personagem. Ele já vinha com muita continuidade acoplada. Queríamos um Superman mais acessível ao público. E um dos motivos que nos levou a fazer isso com Superman é já termos feito antes, e com muito sucesso. Esperamos ter a mesma sorte desta vez".
A DC Comics revelou bem mais esta semana sobre o reboot de Superman - que terá toda sua continuidade pregressa ignorada pelas novas aventuras que começam em setembro. Não é só novo uniforme, mas também um herói solteiro, duplamente órfão e mais alienígena.
Para começar, o jornal New York Post revelou o que parece ser a capa definitiva da nova Action Comics #1 - série em que Grant Morrison e Rags Morales vão recontar a origem de azulão. E o não-uniforme - calça jeans, camiseta e uma capa do tamanho de uma toalha de rosto - se confirma.
"Acreditamos que era hora de fazer as grandes aventuras de um Paul Bunyan do século XXI, que luta pelos fracos e oprimidos contra bullies de todos os tipos, desde invasores robôs até reis do crime e funcionários públicos corruptos", disse Morrison ao jornal. "O novo visual reflete o status de Superman como defensor do homem e da mulher comum, nas ruas."
A reportagem confirma que Action Comics mostrará o princípio da carreira de Superman, com seus poderes ainda em desenvolvimento. Ele poderá pular prédios altos (como na sua origem), mas não conseguirá voar, por exemplo. Outra novidade é que o casamento com Lois Lane nunca aconteceu - Lois estará namorado outro colega do Planeta Diário - e papai e mamãe Kent já estarão falecidos, o que vai reforçar um aspecto mais extraterrestre e menos humano no herói.
Em outras séries da nova DC, como Superman (por George Pérez e Jesus Merino) e JLA (por Geoff Johns e Jim Lee), o herói estará num estágio mais avançado da carreira e usará outro uniforme, também diferente do clássico e que o Newsarama diz ser uma "armadura kryptoniana". Entre as mudanças nesta estão o fim da cueca vermelha (embora os desenhos mostrem uma cueca azul), um cinto vermelho e linhas ao longo da roupa que dão um visual de armadura - como o símbolo no peito em alto relevo. Dá pra ver bem na capa de Superman #1.
[Atualizado] A DC soltou um comunicado oficial resumindo as mudanças, em tópicos. Primeiro, sobre Action Comics:
- Este Superman é muito mais alien e esforça-se para se ajustar a seu lar adotivo. Na série, ele deve lidar tanto com a perda de seu mundo natal quanto com a perda de ambos seus pais adotivos. Ele é mais Kal-El do Planeta Krypton do que Clark Kent do Kansas. Ele está sozinho e tenta achar seu lugar no mundo.
- A primeira história da série vai explorar as origens do uniforme de Superman, enquanto ele evolui de um visual que inclui jeans e botas para um novo: uma armadura de batalha que também é tributo a seu passado kryptoniano.
- Seus grandes poderes têm limites. No início da série, Superman pode pular prédios altos, mas sua capacidade de voo ainda está em fase inicial.
Sobre a série Superman, que se passará na continuidade presente:
- Clark Kent está solteiro e mora sozinho. Ele nunca foi casado.
- Lois Lane está namorando um colega do Planeta Diário (e o nome dele não é Clark Kent) e tem um novo cargo no jornal.
- Eterno e moderno, clássico e contemporâneo, mas mais jovem, mais impetuoso e mais reflexivo, este é Superman. O Novo Homem do Amanhã.
Action Comics #1 sai em 7 de setembro e Superman #1 em 28 de setembro.
Enquanto isso....sobre as calças ou biquini da Mulher-Maravilha: "A Internet é o equivalente de ler folhas de chá para descobrir as coisas (...) Digo só que vamos falar da Mulher-Maravilha em San Diego".
2 comentários:
Nada do que eu li me soou bonito, muito menos agradou. Isso para a maioria dos fãns, é uma traição, uma falta de vontade e de hailidade no quesito continuidade, fidelidade as histórias, e as bases da história do personagem que perduram tantas décadas. Estão destruindo muitos aspectos do Superman.
Uma bosta!
Não há porque apagar nosso passado. O passado dele, as histórias originais dele, fazem parte da história dos fãs também.
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