quinta-feira, 29 de abril de 2010
Guerra pelo Superman?
Geoff Johns teria brigado com Marc Guggenhiem, que teria brigado com J. M. Straczinsky, que não brigou com ninguém. Segundo o Bleeding Cool, depois do especial Guerra dos Supermen (que fecha a fase do Homem de Aço iniciada em Mundo de Novo Krypton), os bastidores da DC Comics estariam sendo abalados por uma guerra “pelo” Superman. Rumores apontariam para uma suposta briga entre dois dos recém contratados escritores da editora, que envolveria seu novo diretor artístico, Johns. Mas, o quanto disso pode ser verdade, e como deve ser a nova fase do herói, que estréia em breve nos Estados Unidos?
Segundo boatos, publicados pelo site, a nova fase do Superman, por J. M. S., com desenhos do brasileiro Eddy Barrows, o herói desistiria de seu papel como protetor da humanidade, já que teria falhado em evitar uma guerra entre seu povo natal e o planeta que o acolheu, e passaria a perambular pelo interior dos Estados Unidos, tentando recuperar sua motivação, sem uniforme e sem utilizar seus poderes. Por isto, Straczinsky teria pedido exclusividade no uso do personagem, forçando James Robinson a utilizar a Supergirl em sua Liga da Justiça e a Action Comics, que seria escrita por Guggenhiem, a se focar apenas em Lex Luthor. E teria sido este impedimento de usar o Homem de Aço que fez Guggenhiem abandonar a série que escreveria.
Alterar radicalmente as aventuras do herói, torná-lo reflexivo, discutir a natureza de seu valor como mito são idéias básicas que Straczinsky costuma trabalhar tanto na TV quanto nos quadrinhos, como o fez na sua formidável passagem por Thor e promete também fazer com a Mulher-Maravilha, e trabalhar à parte do resto do universo ficcional da editora, sem querer que seu personagem seja utilizado à exaustão por outros, também é de sua natureza. No entanto, o que não é da natureza deste quadrinhista é se indispor com colegas de profissão, o que ocorreria com o pedido de exclusividade.
Daí, surge um novo rumor: de que a briga de Guggenhiem seria com o atual chefe criativo da DC, Geoff Johns. Da mesma maneira que o antigo editor Dan Didio protegia Johns alguns anos atrás, se indispondo com vários escritores que chegaram a sair da casa, Johns teria atendido ao desejo de J. M. S. de forma agressiva e, ele próprio, instituído a exclusividade do Superman ao escritor. Isto, somado à sua interferência no filme do Lanterna Verde, que teve roteiro assinado por Marc, teria gerado o mal estar, que a editora estava encobrindo, afirmando apenas que o trabalho de Guggenhiem não estava de acordo com o planejamento atual para o herói de Krypton, e que ele seria remanejado para outro grande trabalho.
Assim, não tardou para que fãs do quadrinhista, e detratores de Johns, elaborassem uma teoria de conspiração, afirmando que Johns estaria inebriado pelo poder do novo cargo, e estaria criando um clima tenso nos bastidores da DC Comics, algo que Didio fazia. E mais, que estava tentando controlar todos os aspectos do uso dos personagens, de quadrinhos ao cinema, e moldá-los à sua visão criativa. Então, aí, deve-se começar a examinar os fatos com calma, fora da paixão desenfreada.
Em resposta a Johnson, que, por mais informado que seja, muitas vezes já divulgou boatos completamente infundados e que não se concretizaram, Straczinsky chegou a chamar a fonte do jornalista de imbecil, afirmando que o rumor não tinha o menor sentido, e que tão pouco teria requisitado a exclusividade de um dos personagems mais icônicos da editora. Por outro lado, dado a capa de sua primeira edição, feita por John Cassaday, e declarações de Barrows apontam que, se não é este o enredo que o quadrinhista irá usar, é algo muito próximo, mas o que não significa ser este o motivo da saída de Guggenhiem de Action Comics.
Existe a possibilidade de a DC Comics realmente não ter gostado do trabalho que o escritor elaborou. Vale lembrar que, embora seu trabalho na TV (como Law & Order e CSI: Miami) não trazer grandes críticas, seus quadrinhos são bastante inconstantes, e alguns poucos trabalhos bons acabam competindo com vários médios ou péssimos, como seus últimos trabalhos na Marvel. Assim, vendo que sua nova contratação teria sido uma furada e preocupada em alavancar a nova fase do Superman, a DC teria limado o autor e, por isso, convocado o escritor sensação Paul Cornell (Winsdown, Capitão Britânia e o MI:13) para assumir seu lugar no título, que deve estar ligado à fase The Brightest Day (O Dia Mais Claro), que tomou a editora.
E a interferência de Johns? Natural, já que seu cargo foi criado justamente para dar um direcionamento artístico à editora, que vinha sofrendo com instabilidade em vários de seus títulos principais, e perdendo nas vendas para sua concorrente, a Marvel Comics. Além disto, também é natural que filmes, mesmo com roteiros elogiados, como o do Lanterna Verde, passem por novas revisões, especialmente para adequar-se aos interesses dos estúdios, possibilitar a tão sonhada co-relação entre os personagens da DC no cinema (algo que a Marvel vem realizando muito bem nos últimos anos), dentre outras coisas. Johns, então, é a escolha adequada, visto sua experiência com os quadrinhos do Lanterna (que se tornaram campeões de venda) e seu novo cargo.
De qualquer maneira, é bom que o fã tome cuidado com boatos, e sempre os analise de cabeça fria. Isto vale para os bastidores de qualquer produção cultural.
(Por Felipe Pinheiro)
FONTE: Tarja Preta
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